segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copy, do we need?


O bom estudante das humanidades compreedeu bem a historicidade dos valores do homem moderno. Ele compreendeu bem, em algumas de suas leituras, que a angústia provocada pela alienação de si mesmo decorre das condições colocadas pelas relações de exploração capitalistas. Entretanto, assim que fecha seu livro, se esquece da razão do desgosto e da falta de propósito que experimenta ao ser forçado a acordar cedo todas as manhãs, estudar para a prova, etc. Este bom estudante, um tipo inteligente e melancólico, confunde a ausência de sentido a que está submetido pela imposição de ter que se tornar um profissional competitivo e qualificado para o mercado de trabalho, com a ausência de sentido da existência (humana) (em si). Neste ponto, contradizendo aquilo que estuda para passar o tempo, o bom estudante das humanidades retorna à visão ideológica que coloca sua dor fora da história, como condição inalterável, eterna. Então, a desistência e aceitação tácita do capitalismo como fim da história, é acompanhada, no tipo melancólico e inteligente, da produção de uma estética do fracasso, cuja imagem principal é a contemplação da própria impotência, que além do mais, passa a ser sentida como distinção tanto em relação ao ignorante que ri a toa em meio à desgraça, como do ingênuo que luta contra forças contra as quais é inútil lutar.



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